O suave declive do terreno e o desnível de seis metros em relação ao vizinho posterior permitem uma vista longínqua que se abre desde o nível da rua. Esse panorama estabelece continuidade entre a copa das árvores do bairro jardim e a silhueta dos edifícios nas margens do Rio Pinheiros.
O volume de concreto suspenso protege as áreas de estar no térreo, com variações espaciais a partir do desenho do chão que se movimenta. Um único piso de madeira liga a entrada à piscina, se desdobrando no interior da sala. O lote, relativamente pequeno para a área construída, adquire relação com a escala da paisagem através da seqüência dos espaços abertos ou envidraçados.
O muro de concreto apóia a construção e divide o sítio longitudinalmente, dando independência às áreas de serviço. Essa peça foi pigmentada com óxido de ferro. A presença deste material faz a transição das áreas externas às internas. Dois pilares de concreto completam os apoios.
Em contraponto, a construção superior dos dormitórios é toda opaca para o exterior. O uso indica certo recolhimento. Os ambientes mais protegidos se abrem para vistas mediadas por terraços reentrantes. Essas escavações permitem vários pontos de entrada de luz e ventilação, acentuando o caminho do sol. O percurso ascendente se completa com o solário na cobertura.
City Boaçava. São Paulo, SP
2009
UNA arquitetos: Cristiane Muniz, Fábio Valentim, Fernanda Barbara e Fernando Viégas
Cia de projetos, eng. Heloísa Maringoni
Pessoa e Zamaro, eng. Marcelo Zamaro
Reka Iluminação, Ricardo Heder
proassp – Assessoria e Projetos, eng. Virginia Pezzolo e arq. Carla V. Dias
Soma Arquitetos, Alessandra Gizella da Silva
Engesolos, Artur Quaresma Filho
Kazutochi Shibuya