O terreno dessa casa fica em situação privilegiada, um pequeno morro de mata densa no meio da cidade de Joinville. O acesso é feito por uma via de terra até a cota máxima permitida para construções, possibilitando a vista da serra ao fundo, através das frestas da vegetação.
A forte declividade e a posição das árvores indicaram a implantação, um edifício estreito que acompanha a curva de nível. A solução linear permite continuidade entre os espaços abertos e fechados do pavimento próximo ao chão, numa relação franca com o sítio.
Esse pavimento inferior, que abriga as áreas de estar, piscina e serviços, é construído em concreto. Funciona como a própria fundação que aflora e contem o terreno, protegendo a casa da umidade excessiva.
Um único volume longitudinal abriga as escadas, interna e externa, além dos nichos para lareira, fornos, sanitários e depósito. É todo revestido com “vermelhão”, cimento queimado desempenado com pigmento, solução muito popular na região.
O pavimento superior se apóia na base de concreto. Sua construção foi pensada como uma montagem de madeira: estrutura pré-fabricada, pisos, painéis de vedação internos e cobertura. Essa estratégia de obra garante o canteiro rapidamente coberto, evitando o desconforto das chuvas constantes. Nas duas pontas estão os espaços coletivos, escritório e saleta. Os dormitórios se concentram no centro deste andar. Como exceção, um espaço vazio que conecta em pé direito duplo os dois pavimentos.
A envoltória do volume é de vidro. Essa peça ao mesmo tempo transparente e reflexiva, no nível da copa das árvores, fica naturalmente sombreada e se dilui na mata.
Joinville, SC
2009 . 2013
UNA arquitetos: Cristiane Muniz, Fábio Valentim, Fernanda Barbara e Fernando Viégas
Ana Paulo de Castro, José Carlos, Miguel Muralha, Jimmy Liendo, Sílio Almeida, Carolina Klocker
3.238,00 m²
432,00 m²
Ita Construtora
Mendes de Oliveira
Mendes de Oliveira
Mendes de Oliveira
Focus Engenharia
Airton Bassôa Frota
Bebete Viégas