A ideia principal deste projeto é proporcionar à cidade do Rio de Janeiro, sobretudo no local onde se implantará o “Parque Olímpico”, um espaço generoso e aberto à urbe, facilmente usufruído, articulado tanto com a nova infraestrutura urbana como com os elementos urbanos a serem implantados.
Não fazer objetos autônomos, por mais cômoda que seja esta atitude, mas pensá-los como elementos de uma nova experiência urbana que pressupõe o diálogo e a convivência. Propõe-se projetar o conjunto sem fragmentar o tecido urbano com a ideia que a arquitetura não subtrai, separa ou resguarda, mas adiciona, agrega e regenera o espaço da existência coletiva e da urbanidade.
A aparente complexidade do programa se desfaz quando este é organizado pelo espaço e pela construção, pela arquitetura.
Uma extensa superfície que paira sobre o terreno organiza os acessos de público e atletas durante os jogos e se constitui no espaço público protagonista, tanto no modo Jogos como no modo Legado: uma praça elevada de circulação e sombreamento, como uma grande marquise.
Sua altura permite que os usuários desfrutem da paisagem e admite a instalação de todo programa esportivo a ser edificado. Sobrelevar-se, neste caso, é significativo para que se possa permitir a visualização simultânea das montanhas e das águas e tornar possível o entendimento do território.
A estrutura se desenvolve em diferentes alturas e se relaciona com o nível do terreno como extensão deste chão por meio de rampas suaves, garantindo acessibilidade total do conjunto.
A área da Marquise é controlada pelas aberturas circulares possibilitando que as atividades esportivas dos Jogos, assim como do Centro Olímpico de Treinamento façam parte da vida cotidiana e sejam incorporados, da mesma forma que a natureza, como paisagem. A remoção dos equipamentos esportivos não permanentes permite a criação de massas arbóreas que animarão no modo Legado tanto o nível da praça, como o nível do terreno, ampliando as áreas e sombras e equipamentos que se situam sob a estrutura.
A necessária organização da frente (F.O.H.) e fundos (B.O.H.) dos equipamentos é resolvida aqui pelos níveis distintos que segrega a circulação de público e de atletas. Estes pisos deverão se relacionar mais fluidamente no modo Legado, mas permanecerão estrategicamente separados no modo Jogos, garantindo o funcionamento do Centro de Treinamento.
Trata-se de um elemento que marca a paisagem urbana, organiza o território, confere caráter ao conjunto, mas que se desfaz pela serenidade que marca sua existência.
Rio de Janeiro, RJ
2016
Alvaro Puntoni, André Nunes, Cristiane Muniz, Edgar Mazo, Fabio Valentim, Fernanda Barbara, Fernando Felippe Viégas, João Sodré, João Yamamoto, Luciano Margotto, Luis Callejas, Sebastian Mejia.
Ana Paula Castro, Bruno Gondo, Carolina Klocker, Eduardo Martorelli, Henrique te Winkel, Igor Cortinove, Melissa Naranjo, Dasha Lebedeva, Victor Marechal, Sebastian Vela, Martin Baena, Juan Esteban Giraldo, Maria Jose Arango, Manuela Bonilla, Giovanni Meirelles e Gustavo Delonero