A Escola Lumiar dos Mellos ocupa uma pequena encosta junto do ribeirão dos Mellos e desfruta a paisagem definida por uma colina de mata densa preservada. O pavilhão que define a escola desenvolve-se linearmente entre o ribeirão e a estrada, criando uma extensa face norte ao mesmo tempo em que protege o conjunto do ruído do tráfego. O programa está distribuído em dois níveis, incentivando atividades ao ar livre através de relações mais diretas com o terreno. Os módulos de salas de aula, biblioteca e administração ficam no nível superior enquanto o refeitório e os sanitários ocupam o nível inferior, intermediados por uma varanda, que se estende como um terraço até uma pequena piscina natural nas margens do ribeirão.
Os ciclos Infantil e Fundamental, cada uma com duas classes, são organizados através de pátios que estabelecem um intermédio com a paisagem. Esses pátios podem funcionar cobertos ou não, através de um sistema de coberturas móveis, espaços de aprendizado ao ar livre.
Para ampliar o potencial de flexibilidade dos espaços internos, portas móveis permitem a integração de duas salas num salão único. A utilização desse salão permite ainda a integração dos dois pátios e das outras duas salas de aula num continuo espacial de 45 metros de extensão. Uma quadra poliesportiva, acessível por uma pequena ponte, completa o conjunto.
Esse pavilhão, linear e modulado, foi pensado como modelo adaptável e flexível o suficiente para ser implantado em diversas localidades e diferentes condições topográficas. A flexibilidade foi pensada em consonância com o plano pedagógico, onde o espaço mais sugere que define os usos. A estrutura mista de madeira e aço assenta-se sobre uma base de concreto. Os fechamentos são propostos em painéis, que podem facilmente reconfigurar os espaços de acordo com as necessidades específicas de cada unidade.
A flexibilidade da arquitetura é aqui potencializada pela incorporação de novas tecnologias na área digital, que permitem o livre acesso às redes de informação em qualquer ponto da escola ou do terreno. Ambientes exclusivamente destinados a acomodar terminais de microcomputadores não fazem mais sentido quando se pode acessar a internet sob a sombra de uma árvore as margens de um ribeirão. Essa radical mudança no conceito de ambiente para o ensino decorre da associação das redes sem-fio com os computadores portáteis.
São Paulo, SP
2006
UNA arquitetos: Cristiane Muniz, Fábio Valentim, Fernanda Barbara, Fernando Viégas
Ana Paula de Castro, Eliana Satie Uematsu, José Carlos Silveira jr., Jimmy Liendo, Luis Eduardo Loiola de Menezes, Maria Cristina Motta
3.000 m²
641,40 m²